Uma boa educação financeira familiar permite realizar os seus sonhos e ter uma relação mais harmoniosa com as pessoas que moram na sua casa.
Falar sobre dinheiro é um tabu dentro dos relacionamentos afetivos. Nem mesmo na escola aprendemos sobre educação financeira familiar e a importância de ter um planejamento financeiro. É preciso organizar as contas e anotar tudo que gastamos para entender nosso padrão de consumo.
Se não você não sabe exatamente para onde vai o seu dinheiro, quem paga o que, com quanto cada um contribui para as despesas da casa, tudo se desorganiza e os sonhos vão ficando para depois. Além disso, é preciso ter uma reserva para emergências e pensar em guardar dinheiro para a aposentadoria.
Se você quer saber o que é e qual a importância da educação financeira, fica por aqui que hoje é esse o nosso tema!
O que é educação financeira familiar?
Educação financeira é o conhecimento sobre finanças pessoais. Saber quais são seus custos fixos, custos variáveis, quanto você gasta com cada área da sua vida, se o seu salário está sendo investido de maneira inteligente, se é preciso gerar mais receita, entre outros. O resultado disso é que você gaste menos do que ganha.
A educação financeira familiar envolve todos da sua família nesse processo de estudo e organização. Todos que moram com você devem estar cientes dos seus papéis na contribuição e nos gastos dentro de casa. Sim, isso mesmo que você leu, t-o-d-o-s que vivem no seu lar devem fazer parte desse movimento, desde os idosos até as crianças.
Qual a importância da educação financeira familiar?
É extremamente importante que todos da família participem da organização da vida financeira de casa. Isso vai fazer com as pessoas saibam o quanto podem gastar e para onde, afinal, vai o dinheiro de vocês.
Incluir seus familiares na educação financeira vai fazer com que todos cheguem aos seus objetivos de forma mais rápida e de maneira mais eficiente. Cuidar do dinheiro é responsabilidade de todos e, aqui, o papo não é somente sobre a realização de sonhos, é também sobre melhorar a qualidade de vida, evitar endividamento e investir no futuro.
Como incentivar a educação financeira familiar em casa?
A primeira coisa a se fazer é dar o exemplo. Os adultos devem sentar, abrir as contas, ver quanto se ganha e quanto se gasta, avaliar quem pode contribuir com cada gasto e entender quais são os gargalos, ou seja, onde mais se gasta dinheiro sem necessidade.
Chamar as crianças para mostrar as contas e decidirem um valor justo da mesada, vai fazer com que entendam da onde saem os valores que gastam e que se sintam incluídos no processo de organização financeira da casa.
Se o seu cônjuge ainda não acha importante falar sobre dinheiro e anotar as despesas, comece por você: o exemplo é uma ferramenta poderosa.
Mas como as famílias utilizam a educação financeira?
Confira agora algumas dicas para colocar em prática!
8 dicas para começar a colocar a educação financeira familiar em prática
1. Envolva todos os familiares
Quando falamos em envolver todos os familiares, significa que você deve tirar um momento em família todo mês para estudar sobre finanças, avaliar as receitas e as despesas. É preciso também considerar as necessidades de todos, inclusive crianças.
A educação financeira vai ajudar a todos na tomada de decisões durante o mês. Cada um saberá seu papel e o quanto pode gastar. Para facilitar a divisão de contas e os gastos de cada um, você pode optar por uma conta compartilhada, que permite visualizar as finanças de cada um sem burocracia.
2. Avalie as despesas
Não existe educação financeira familiar sem a avaliação de todos os gastos de cada membro da família. Esse é o início de tudo!
É fundamental que tudo esteja anotado e categorizado e que cada um saiba quem é responsável por pagar cada conta. Você pode usar aplicativos ou até mesmo uma planilha no Excel, o importante é que tudo esteja descrito.
Dentre as categorias, você pode colocar a casa, o carro, a escola das crianças, o transporte, as compras, farmácia, laser, etc. Vamos dar um exemplo de categoria e subcategoria para ficar mais fácil de entender:
- Alimentação:
- Pedido de comida;
- Restaurante;
- Almoço de trabalho;
- Supermercado.
- Transporte
- Manutenção do carro;
- Ônibus;
- Metrô;
- Gasolina;
- Carros de aplicativos.
- Casa:
- Luz;
- Água;
- Gás;
- Internet;
- Telefones;
- Diarista.
Nos primeiros meses vai parecer um pouco chato anotar tudo o que vocês gastam e colocar isso em categorias, mas depois esse processo entra na rotina da família.
As categorias você pode criar conforme faça sentido para vocês, não tem regra. O interessante é que seja possível identificar quanto do dinheiro de vocês está sendo gasto com cada setor.
Essa é a melhor maneira de saber onde é possível fazer a contenção de gastos, o que é essencial e se tem algo que pode ser mudado. Por exemplo, você pode identificar que gasta muito dinheiro pedindo comida e criar uma rotina de cozinhar em casa, com a participação de todos.
3. Defina objetivos
Criar objetivos, tanto individuais quanto coletivos, é uma ótima maneira de envolver todos da família nas ações de economia de dinheiro.
É muito mais fácil, por exemplo, engajar uma criança no projeto de economizar se ela souber que, ao final, vocês farão uma viagem. Além de servirem como estímulos, as metas também ajudam a educar os mais jovens sobre a importância do dinheiro.
4. Faça um planejamento financeiro
Segundo especialistas do Me Poupe, a distribuição ideal da sua renda para os seus gastos deve ser :
- 50% da sua renda para pagar as despesas essenciais (como aluguel, alimentação, educação e transporte);
- 30% da sua renda para investimentos (sim, é um valor considerável);
- 20% da sua renda para gastar como você quiser (viagens, shows, encontro com os amigos).
Na maior parte das famílias brasileiras, é impossível que somente metade do salário pague todas as despesas essenciais, mas achamos legal trazer o que seria o ideal com relação à proporção de salário e despesas. O importante é que você tenha esses números como um norteador para que seus gastos não fiquem descontrolados.
5. Estabeleça regras para os gastos
Estabeleçam regras para gastar o dinheiro e sejam firmes com os acordos feitos. É fundamental que cada membro da família entenda o por quê dessas normas terem sido criadas e a razão pela qual precisam ser seguidas.
Para isso, juntem-se e comecem a fazer perguntas que ajudem a entender as regras. Veja algumas:
- Quanto a criança pode gastar na cantina da escola?
- Quanto será destinado para comprar roupas?
- Vai ter uma ida ao cinema todo mês?
- Qual o valor mensal que os jovens podem usar para sair com os amigos?
- Quanto do orçamento está disponível para jantar fora?
As regras bem definidas trazem liberdade e responsabilidade para todos os envolvidos. A educação financeira familiar funciona da mesma maneira que a educação financeira empresarial. E caso a sua família gerencie uma empresa, é importante separar a Pessoa Jurídica da Pessoa Física, tanto com relação às receitas e investimentos, quanto com relação às despesas.
6. Invista seu dinheiro
A economia pode ser um assunto complexo para alguns, mas o mais importante é entender que você pode perder dinheiro ao deixá-lo parado ou investido na poupança. A educação financeira familiar também deve passar pelo assunto “investimento”.
Quando a inflação sobe, por exemplo, você perde seu poder de compra. Isso significa que uma água que custava R$1,00 passa a custar R$1,50 e, se o seu dinheiro ficou parado, não irá acompanhar o aumento desses preços.
Vamos ainda seguir o exemplo da água: no primeiro ano, ela custa R$1,00 e no segundo, R$1,50.
- No primeiro ano, se você tem R$3,00, pode comprar três águas.
- No segundo ano, com os mesmos R$3,00, você só pode comprar duas.
Com a inflação subindo, caso você deixe o dinheiro parado, terá o mesmo valor e só poderá comprar duas águas. Se você investir o dinheiro, ele acompanha o aumento de preços e, ao final do período, você terá R$4,50 e vai continuar comprando as três águas.
É importante lembrar que você deve colocar seu dinheiro em um investimento seguro e analisar se as possibilidades de saque estão de acordo com as necessidades da sua família. Busque ajuda de um especialista antes de começar a investir.
7. Pense no longo prazo
Realizar sonhos e ter objetivos é um ótimo ponto para melhorar a sua qualidade de vida no curto e médio prazo. Mas não você não pode deixar de lado o pensamento de trazer conforto e economizar para a sua aposentadoria. O futuro é muito incerto e as decisões políticas podem mudar o futuro até mesmo de quem vai se aposentar pelo INSS.
É de extrema importância que a família se planeje para guardar dinheiro o suficiente para que, na terceira idade, tenha um salário mensal que possa viver com tranquilidade, pagar plano de saúde, ter segurança alimentar, entre outros.
O planejamento financeiro familiar é muito importante para garantir que você e sua família tenham uma vida tranquila e organizada com relação ao dinheiro. Quando todos estão remando para o mesmo lado, o barco navega mais rápido, não é? Além de ir mais depressa, vai com mais harmonia, pois todos sabem onde querem chegar e qual o plano de ação para que isso aconteça.
A Cumbuca te ajuda com a educação financeira da sua família, com nossos conteúdos sobre finanças e gestão de patrimônio. Mas vamos além e também queremos ajudar vocês a se organizarem.
Por isso, contamos com um aplicativo de conta compartilhada que permite que vocês movimentem valores juntos, excelente para que vejam a aplicação prática de bons conhecimentos sobre educação financeira!