A gestão financeira familiar é a prática de organizar os gastos para garantir o alcance dos objetivos. Assim, é uma maneira eficiente de fazer todos se engajarem no mesmo propósito. Para isso, é necessário estabelecer um bom planejamento.
Como está a sua gestão financeira familiar? Se a resposta é “cada um por si”, saiba que essa realidade precisa mudar. Quando se mora com outras pessoas, é importante dividir as despesas e compartilhar sonhos.
Afinal, essa é a única forma de garantir que todos mudem seus hábitos e se comprometam a alcançar os mesmos objetivos. A questão é que isso passa por um planejamento financeiro familiar eficiente.
Como equilibrar esses aspectos e garantir o melhor resultado? Neste post, vamos apresentar algumas dicas práticas que trarão essa resposta para você.
O que é planejamento financeiro familiar?
O planejamento financeiro familiar abrange a definição das ações que serão colocadas em prática na gestão das finanças. Ele indica os objetivos a serem conquistados pelo casal, sempre com foco no futuro. Assim, você consegue construir um patrimônio.
A grande sacada do planejamento é assegurar que todos os integrantes da família tenham uma mesma visão sobre o dinheiro. Dessa forma, gerenciam os gastos de maneira igual e evitam despesas supérfluas.
Ao mesmo tempo, todos passam a ser beneficiados, já que há uma visão clara sobre a situação financeira familiar e sabem o que realmente pode ser conquistado.
Tenha em mente que pouco importa quanto a família recebe todo mês. Na verdade, o planejamento financeiro da família é uma prática que todos devem adotar. Assim, evita-se o descontrole financeiro.
O que é gestão financeira familiar?
A gestão financeira familiar consiste em ações específicas que buscam a organização dos gastos e dos ganhos de uma família. Por isso, abrange a remuneração de todos os adultos e a adoção de uma estratégia coerente. Assim, fica mais fácil alcançar os objetivos traçados.
Portanto, a gestão financeira é uma aliada do planejamento. Apesar de, muitas vezes, esses conceitos serem tratados como sinônimos, eles são complementares e precisam ser encarados dessa forma.
De modo resumido, o planejamento financeiro é uma etapa anterior. A gestão é a “mão na massa”. Por isso, é nesse momento que você precisa saber se o que foi traçado está sendo colocado em prática. Caso contrário, é necessário fazer alguns ajustes.
Além disso, o que acontece em boa parte dos casos é a realização de uma gestão ineficiente e sem planejamento. Explicamos: você recebe o seu salário todo mês. Se paga as contas e gasta com o que considera que precisa, está gerenciando o seu dinheiro — mesmo sem saber disso de forma consciente.
A mesma coisa acontece com o casal que apenas ganha e gasta, sem controle nenhum. A ideia do planejamento é aplicar os conceitos da educação financeira familiar para fazer um monitoramento mais preciso do dinheiro.
Assim, é possível colocar a gestão realmente em prática, trazendo vantagens para todos. Ou seja, mesmo que a gestão já esteja sendo realizada, é possível mudá-la com a ajuda do planejamento. Inclusive, esse é um dos fatores que demonstram a relevância dessa prática.
Qual é a importância do planejamento financeiro familiar?
No livro Alice No País das Maravilhas, o Gato Cheshire diz à personagem principal: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. Mais do que uma frase aleatória, essa é uma dica bem válida para quem pretende fazer o dinheiro durar mais do que o mês — e não ficar contando os dias para receber o salário.
Isso porque ensina sobre disciplina. Afinal, se você souber para onde ir, conseguirá definir o melhor caminho a seguir. Por exemplo, se o seu propósito é comprar uma casa, adquirir um carro tende a atrapalhar.
A lógica é simples: um veículo tem um valor significativo. Esse dinheiro poderia ser usado para dar a entrada no imóvel. No entanto, se você comprar o carro, ficará mais longe do seu objetivo real.
É justamente para isso que o planejamento financeiro familiar serve: garantir que todos estejam alinhados no mesmo propósito. Para chegar a esse patamar, é necessário garantir uma visão realista do orçamento. Assim, fica mais fácil saber onde, quando e quanto gastar.
Essa informação é ainda mais importante em um país como o Brasil, que tem os maiores índices de endividamento e inadimplência em 12 anos. Os dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de julho de 2022 mostram que 78% das famílias têm alguma dívida sendo paga.
Aqui, entram os empréstimos, os financiamentos, os boletos, os carnês das lojas e as prestações de cartão de crédito. Além disso, 29% estão inadimplentes. Ou seja, estão com uma ou mais contas atrasadas.
Essas pessoas estão na lista dos órgãos de proteção ao crédito. Portanto, estão com o nome sujo. Se houvesse um bom planejamento e uma gestão financeira familiar eficiente, esse cenário poderia ser diferente.
Como deve ser feito um planejamento financeiro familiar?
Como explicamos, o planejamento é uma etapa anterior à gestão. Portanto, ele fica na parte teórica e abrange a listagem de todas as ações que serão tomadas. Dentro desse cenário, algumas boas práticas são:
1. Anote as receitas e as despesas
Comece colocando todos os valores em uma planilha ou aplicativo financeiro. Assim, você terá uma visão clara das finanças familiares e poderá traçar a estratégia mais adequada.
Aqui, você também pode adotar algum método de gestão financeira. Ou delimitar limites de gastos. Por exemplo, R$ X para alimentação ou Y% do orçamento. O que vale, mesmo, é saber quanto a família pode gastar naquela categoria.
2. Defina os objetivos da família
Converse com todos os seus familiares e listem todos os objetivos que pretendem alcançar. Se for você, seu parceiro e seus filhos, saiba que é importante incluir as crianças e os adolescentes na discussão.
No entanto, é preciso adaptar a conversa. Se forem crianças, é importante ensinar a importância do planejamento financeiro familiar. Mostre que aquele brinquedo não pode ser comprado agora, mas que ele pode economizar a mesada para conseguir o que quer, por exemplo.
O foco é sempre o exemplo. No caso dos adolescentes, a discussão pode ser mais clara. Afinal, eles já têm maior capacidade de entender. O principal é ter todos incluídos no planejamento.
3. Crie um plano de contenção familiar
Todo processo de educação financeira familiar passa por adotar ações que ajudem a gastar menos do que se ganha. O plano de contenção tem esse propósito. Ou seja, definirá o que será prioridade e o que é supérfluo para garantir que o consumo seja consciente.
Mais do que isso, ele inclui as dívidas. É importante listá-las e especificar como elas vão ser pagas. Além disso, vale a pena investir esforços para quitar todos os débitos em aberto. Dessa forma, você evita atrasos e ainda diminui a incidência de juros. Isso porque eles serão recalculados.
4. Crie metas coletivas
Aproveite para delimitar metas, que devem ser compartilhadas por todos — inclusive, as crianças. É importante dividir essa responsabilidade, porque todos precisam andar de mãos dadas.
Isso é fundamental para garantir que as crianças e os adolescentes aprendam sobre educação financeira. Portanto, é uma boa ideia tanto para o seu futuro quanto o de todos da família.
5. Mantenha a transparência
Todos da família precisam conhecer os gastos e as despesas. Isso é necessário para garantir que todos conheçam a importância do planejamento financeiro familiar.
Em relação ao seu parceiro, a transparência deve ser total. Portanto, também deixe claro quanto você ganha e quais são suas dívidas. A recíproca é verdadeira. Afinal, dessa forma, é possível criar uma estratégia em conjunto para contornar o problema.
Como fazer a gestão financeira familiar?
Agora que você já sabe como fazer o planejamento, está na hora de ver como fazer a gestão financeira familiar: as práticas são complementares e devem andar em conjunto. Confira as dicas para colocar a mão na massa.
1. Controle todos os gastos para equilibrar receitas e despesas
Sabe aquela planilha ou app financeiro que indicamos antes? Utilize para controlar todos os valores que entram e saem do orçamento da sua família ao longo dos meses. A ideia é anotar tudo, desde o pagamento de contas até as compras de supermercado e de lazer.
Lembre-se de utilizar o método de controle de gastos. A partir disso, divida os valores mensais para saber quanto ficam por semana. Assim, ficará mais fácil ver se você está seguindo o planejamento ou se precisa fazer algum ajuste.
Por exemplo, se você definiu que a família deve gastar R$ 500 por mês em lazer, mas em uma saída foram R$ 250, está na hora de dar um tempo. Concorda? Assim, vocês podem esperar um pouco mais ou fazer passeios gratuitos.
2. Renegocie as dívidas da família
Como explicamos antes, a maior parte das famílias gerencia o seu dinheiro sem pensar e sem planejar. Por isso, é normal haver dívidas — com pagamento em dia ou atrasado.
Qualquer que seja o caso, o fato é um só: você paga juros. E eles são grandes vilões do orçamento, porque corroem o dinheiro da sua família.
Na prática, você deixa de comprar alimentos, pagar jantares, pedir um delivery etc. porque precisa pagar juros. Então, é importante renegociar as dívidas e pagá-las o quanto antes.
Como fazer isso? Primeiro, liste todos os valores em abertos. Em seguida, veja quais são os credores e busque quais são os Custos Efetivos Totais (CETs). Esse termo se refere à cobrança de juros mais encargos. Portanto, é o que você deve olhar.
Confira, também, quanto você paga de parcelamentos e qual é o percentual de comprometimento da sua renda. A partir disso, converse com os credores para ver o que seria possível fazer para melhorar a situação.
Talvez seja possível pagar uma dívida toda à vista, com um bom desconto por parte do credor. Ou você vai perceber que é impossível chegar a um consenso. Então, é a hora de pensar em uma alternativa.
Uma possibilidade é fazer um empréstimo mais barato. Ou seja, você pega todas as dívidas, soma-as e vê se consegue uma linha de crédito mais atrativa. Por exemplo, o consignado. Assim, você quita todos os valores de uma vez e fica com um pagamento só.
Qualquer que seja a sua opção, pense bem antes de fechar negócio, ok? Tenha sempre certeza de que os valores cabem no seu orçamento e que você conseguirá arcar com a responsabilidade.
3. Forme uma reserva de emergência e invista
Com todos esses fatores bem gerenciados, está na hora de começar a sua reserva de emergência. Esse é um fundo para utilizar somente em uma situação realmente necessária. Por exemplo, no caso de uma viagem inesperada, um tratamento médico ou o desemprego.
Essa reserva deve ser composta por aproximadamente 6 meses de remuneração da família. Portanto, se a renda mensal é de R$ 5 mil, vocês devem guardar R$ 30 mil.
Esse dinheiro deve ficar em investimentos conservadores e de liquidez diária. O que isso significa? Você pode colocar seu dinheiro na poupança, no Tesouro Direto, no Certificado de Depósito Bancário (CDB) e outros títulos desse tipo.
Porém, eles devem permitir o resgate a qualquer momento sem perdas. Ou seja, quando você precisar, pode sacar a quantia que quiser sem problemas.
Uma boa dica é o Tesouro Selic. Esse é o investimento mais seguro com o melhor potencial de rentabilidade — mais do que a poupança.
Após formar a sua reserva de emergência, aproveite para investir o dinheiro em outras modalidades. Você pode focar o longo prazo, a fim de conseguir uma remuneração mais alta.
De todo modo, é interessante se informar a respeito dos investimentos e visualizar possibilidades. Até mesmo porque eles ajudarão a conquistar seus objetivos. Assim, ficará mais fácil alcançar o que sua família deseja.
4. Divida as despesas e mantenha a liberdade financeira
Essa dica parece estranha? Saiba que é possível alcançar esse patamar. Como? A resposta está na conta compartilhada. Baixando um app no seu celular, você cria a sua e ainda chama outras pessoas para dividir as despesas.
Aqui, você pode convidar seu parceiro, seus filhos, seus pais e quem mais quiser. Cada um terá a sua conta e a sua liberdade financeira. Isso porque o saldo é individual e poderá ser usado como a pessoa quiser.
Ao mesmo tempo, você poderá dividir todas as contas. Basta definir quanto cada pessoa pagará. Assim, é possível determinar que, da conta de luz, você quitará R$ 50 e o seu parceiro será responsável por R$ 100. Ou que, do supermercado, as duas partes tomarão conta de 50%, chegando ao valor total.
Assim, a divisão é feita da forma como você e sua família quiserem. Totalmente sem burocracia. Além disso, como fica bastante claro quanto cada um pagará desde o início, acaba o climão no final do mês. Afinal, todas as pessoas já sabem como a quitação é feita.
Dessa forma, há uma praticidade muito maior, especialmente porque todas as pessoas têm o seu saldo e visualizam todos os gastos e as contribuições. Com isso, o planejamento financeiro familiar é colocado em prática da melhor maneira possível, certo?
Sem contar que cada um pode gerenciar as suas finanças individuais também. Afinal, ainda que a renda seja compartilhada, parte dela será utilizada para fins pessoais. Então, é importante ter essa clareza.
Ao fazer essa gestão financeira familiar, você verá que até o seu relacionamento vai melhorar. Afinal, tudo passará por conversas e alinhamento de objetivos e expectativas.
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